terça-feira, 7 de dezembro de 2010

Síndrome do coelho de Alice

Quais foram suas promessas no último reveillon? Realizou alguma?

É tarde! É tarde! É tarde até que arde!...fala, nervosamente, o coelho apressado.
Controlar o tempo é uma ambição humana tão antiga quanto os povos remotos que, nos dia atuais, se reflete no fazer cada vez mais e mais, ignorando os limites do corpo e da mente.
 Como se não bastasse a loucura do dia-a-dia, no final de ano a correria se intensifica! Por mais que saibamos que em 1º de janeiro continua tudo do mesmo jeito, a impressão que dá é que o fim do ano é também o fim de muitas outras coisas; por isso, corremos como o coelho para finalizar projetos de trabalho, projetos pessoais que só agora nos damos conta que o ano acabou e não os realizamos... no reveillon do ano passado fizemos tantas promessas... ah, a dieta que eu prometi que iria fazer... agora não dá mais tempo! É tarde, é tarde, é tarde até que arde! E dói mesmo!!! Dói saber que as nossas prioridades ficaram para trás... Nessa corrida desenfreada que participamos o ano inteiro atrás do pão de cada dia, não houve espaço para cuidarmos de nós mesmos, não houve tempo para dar a devida atenção aos filhos, não houve tempo para cultivar as nossas amizades, enfim, não sobrou tempo para realizarmos pequenos prazeres que nos fazem tão bem!
Os esforços por uma vida melhor e mais saudável poderão ser inúteis se a cultura da velocidade não for revista. No pensamento moderno, o tempo é uma riqueza que está escasseando e a sensação de falta dele, uma doença crônica e sem remédio. Faz-se necessário uma mudança profunda de mentalidade e estilo de vida, diminuindo o rítmo, indo mais devagar, com calma, a fim de preservar a nossa qualidade de vida. Há que se insistir em um equilíbrio mágico entre presente, passado e futuro, com uma visão macro e atemporal de bem viver.
Será que os velhos ditados "Devagar se vai ao longe" ou ainda "A pressa é inimiga da perfeição" não merecem novamente nossa atenção nestes tempos de desenfreada loucura?

O tempo
A vida é o dever que nós trouxemos para fazer em casa.
Quando se vê, já são seis horas!
Quando de vê, já é sexta-feira!
Quando se vê, já é natal...
Quando se vê, já terminou o ano...
Quando se vê perdemos o amor da nossa vida.
Quando se vê passaram 50 anos!
Agora é tarde demais para ser reprovado...
Se me fosse dado um dia, outra oportunidade, eu nem olhava o relógio.
Seguiria sempre em frente e iria jogando pelo caminho a casca dourada e inútil das horas...
Seguraria o amor que está a minha frente e diria que eu o amo...
E tem mais: não deixe de fazer algo de que gosta devido à falta de tempo.
Não deixe de ter pessoas ao seu lado por puro medo de ser feliz.
A única falta que terá será a desse tempo que, infelizmente, nunca mais voltará.

Leia sobre slow life aqui.

Mate a saudade da infância, tempo que não volta mais...